sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Quatro rodas e um shape


O skate surgiu de uma brincadeira, por surfistas da Califórnia para os dias que o mar estivesse sem ondas. Eles juntaram rodinhas de patins com um shape (É a tábua de madeira que serve como base para as manobras), criando assim o skate, que logo iria conquistar o seu espaço tornando-se a mais nova atração entre os jovens da época.
O auge do skate foi nos anos 90 com á ajuda de Tony Hawk, um atleta que trouxe modernidade ao esporte. Com isso ele ganhou prestigio sendo até hoje lembrado através de suas manobras e até mesmo por jogos de vídeo-game.
Os brasileiros são considerados um dos melhores do mundo no skate. Geralmente fazem parte da relação daqueles que ganham a maioria dos campeonatos. E são esses esportistas do skate que se tornam exemplo para garotos que um dia sonham em chegar a ser um grande skatista.
Exemplo de disso é João Paulo(19), que viu pela primeira vez um skate na televisão. Sem muito recursos para poder comprar um skate que proporcione mais facilidade para poder fazer as manobras, João treina todos os dias em um espaço reservado para os praticantes desse esporte no Parque de Pituaçu.

"Eu sempre via uns caras fazendo várias manobras radicais na televisão. Achava maneira á forma que eles praticavam aquele esporte. Daí consegui juntar uma grana e comprei um skate de segunda mão. Hoje o skate é a minha vida”. Afirma João que pratica o esporte a cinco anos.

O único problema que João encontra em praticar o esporte é o preconceito que ainda encontra pelo caminho. Fora e dentro de casa ele considerado "vagabundo" por usar roupas largadas, falar com gírias e passar a maior parte do sempo andando de skate.

" As vezes quando estou com meus colegas na rua, vejo que as pessoas olham diferente para a gente. Já me importei muito um dia, hoje não me importo mais com o que as pessoas vão pensar de mim. A maior parte do tempo estou sim treinando, mas também dedico uma parte do meu tempo para estudar". disse João

Mesmo tendo que enfrentar alguns obstaculos, a vontade de um dia chegar a ser o melhor do mundo, permanece nos pensamentos João. Seu maior sonho é poder completar sua prateleiras com troféus.
by Juliana Querino

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Boneca de Pano



Neta de escrava alforriada, Andreza Batista dos Santos foi mais uma de muitas crianças brasileiras que teve uma infância pobre. E como toda criança, adorava brincar de boneca. Sua mãe sem condições financeiras de lhe dar uma boneca de louça, uma novidade para a época, passou a confeccionar bonecas de pano cortadas a faca para a sua filha. E observando a mãe, Andreza passou a fazer suas próprias bonecas. E tendo um destino parecido com o da sua mãe, Dona Andreza também não tinha condições de presentear suas filhas com bonecas de luxo. E passou a ensinar suas filhas para que pudessem criar suas próprias bonecas.

As bonecas de pano atravessaram gerações nesta família, se fazendo presente na infância de Andreza, de suas filhas, de suas netas e agora de sua bisneta, que tem sua mãe, sua avó e sua bisavó bonequeiras, passando ela também a confeccionar suas próprias bonecas aos 05 anos. E é através deste brinquedo que contamos a história de Andreza Batista, carinhosamente chamada de Té, retratando sua vida na cidade de Irará até a década de 50. A Feira de sua cidade, o Samba de Roda na lavagem de Nossa Senhora da Purificação, a Reza de Santo Antônio, as Lavadeiras da Lagoa, as Lenhadeiras, enfim, uma historia contada por suas próprias bonecas.

Para Dona Andreza, hoje com 74 anos, tem a certeza de deixar o seu maior tesouro como herança, por mais que seja uma simples boneca feita com retalhos de pano. Suas bonecas são a sua arte, o seu talento é a história de sua infância.
Bay Juliana Querino